,b> Quando se refere ao inverno rigoroso, somando-se as temperaturas negativas impreterivelmente lembra-se de Palmas, localizada no sudoeste do Paraná, distante a 360 quilômetros da capital, Curitiba


Uma cidade de um povo ordeiro, receptivo, cordial e alegre, que luta para vencer os desafios que são impostos em seu cotidiano.

O município tem como base de sua economia diversos ramos de atividade, destacando-se a transformação da madeira, metalurgia, agricultura, pecuária, produção de maçã e batata. Outro ponto que merece destaque é a questão religiosa com o Seminário São João Maria Vianney, sede do Bispado, catedral do Senhor Bom Jesus e a gruta de Nossa Senhora de Lourdes, nesses locais os palmenses fazem sua preces e agradecem os pedidos recebidos. Sem contar com diversas fazendas que fazem parte de toda a história dos desbravadores que foram os primeiros a chegarem os Campos de Palmas. E a imponência das cinco aerogeradores (eólicas), não poderia ser deixada de lado, todos que passam pela PRC 280, ficam admirados essa obra de engenharia que abrilhanta ainda mais a paisagem dos Campos de Palmas.

A cidade teve bons momentos na história relacionada ao desenvolvimento, um deles diz respeito à produção da maçã, onde o município por várias décadas foi considerado o principal produtor do Estado, tanto é que, o slogan de Palmas referia-se a ser “O Fruto Mais Bonito do Paranᔠhoje, porém, a realidade é outra, anteriormente eram colhidos quase 30 mil toneladas do fruto, e atualmente a produção deve girar em menos da metade. Mesmo assim, os produtores acreditam na reação do setor e vislumbram um futuro melhor.
Outro setor que já viveu melhores dias é o de compensados, (transformação de madeira), em seu auge entre 2002 e 2003, 60% do compensado exportado pelo Brasil era proveniente de Palmas. Diante deste cenário, movimentava e muito a economia do município. Mas também deixou um ponto negativo, quando as indústrias diminuíram o quadro de funcionários, os trabalhadores que vieram de outros estados não tinham condições de voltar e causaram um grave problema social.

E no setor educacional Palmas sempre foi referência tendo a FAFI e FACEPAL, depois se tornando Centro Universitário Católico do Sudoeste do Paraná (UNICS), onde formou grandes líderes do Oeste de Santa Catarina, Noroeste do Rio Grande do Sul e Sudoeste do Paraná, uma instituição de 40 anos. Porém com a abertura de outras faculdades em diversos municípios o número decaiu e muito, e uma medida teve que ser tomada, a federalização do UNICS, e foi o que ocorreu em março de 2010, tornando-se IFPR Campus Palmas.

São por todas essas diversidades que Palmas chega aos seus 132 anos, como uma jovem que ainda está trilhando seu caminho, e ao mesmo tempo tem a experiência de uma senhora com certa idade.

Os desafios ainda são muitos, carências existem, mas com o dinamismo de seu povo aos poucos essas diferenças serão contornadas, e Palmas dai sim, terá o reconhecimento de todos.

História

Palmas, terra centenária tem sua história iniciada há séculos. Localizada na região dos Campos do Centro Sul do Estado, faz parte do chamado Paraná Tradicional de economia pecuarista.

Bandeiras Paulistas no Séc. XVII teriam atravessado a região, várias vezes, quando buscavam as missões Jesuítas do Sul. Porém é ao bandeirante curitibano Zacarias Dias Côrtes que se atribui a “Descoberta dos Campos de Palmas”, quando este, por volta de 1720 - 1726 teria desbravado a região até a cabeceira do Rio Uruguai em busca de ouro.
Já a denominação “Campos de Palmas” é atribuída ao major Atanagildo Pinto Martins que comandou uma expedição organizada pela Real Expedição de Conquista dos Campos de Guarapuava por volta de 1814-1819. Esta expedição que tinha por missão buscar uma vereda que ligasse os Campos de Guarapuava aos do Rio Grande, teve por guia o Cacique Yongong que conhecia bem a região a qual os índios denominavam de Campos de “Bituruna” ou “Ibituruna” - “Terra Alta ou Terra das Palmeiras” na significação indígena. Daí a denominação “Campos de Palmas” atribuída pelo Major Atanagildo e hoje, Palmas. Porém, segundo Roselys Velloso Roderjan, em trabalho publicado no Boletim no Instituto Histórico e Geográfico e Etnográfico do Paraná, Atanagildo teria afirmado, em relatório, que o nome de Palmas foi dado por ele em homenagem ao Conde de Palma presidente da Província de São Paulo na época, à cuja Província pertenciam as terras do Paraná atual, estendendo-se, além dos Campos de Palmas até alcançar as margens do rio Uruguai ao Sul.

Entre 1836 - 1839 duas expedições guarapuavanas foram organizadas lançando-se na audaz missão de conquistar aos indígenas o pretendido território para povoá-lo.
José Ferreira dos Santos com, cerca de 25 estancieiros sócios e Pedro Siqueira Côrtes com cerca de 17 estancieiros sócios.

As duas bandeiras tiveram divergências quanto à posse o território. Por isso, foi necessária uma arbitragem, através da qual ficou decidido que José Ferreira dos Santos e seus companheiros povoariam o lado nascente da região e Pedro Siqueira Côrtes e seus companheiros o lado poente da região, tendo por divisa o Rio Caldeiras.

Em 28 de fevereiro de 1855, pela Lei nº 22 da Assembléia Legislativa da Província do Paraná, Palmas foram elevada a Categoria de FREGUESIA. Também nesta data foi fundada a “Freguesia - Paróquia de Palmas”.

Em 1868 - A Lei nº 155 determinou a abertura da primeira estrada de Guarapuava a Palmas.
Em 13 de abril de 1877, Palmas foi elevado a categoria de Vila com o nome de “Vila do Senhor Bom Jesus dos Campos de Palmas”. E, pela Lei nº 484, Palmas tornou-se Município Autônomo. O ato foi confiado à Câmara de Guarapuava pelo Dr. Rodrigo Otavio de Oliveira Menezes, Presidente da Província.

Em 14 de Abril de 1879, a Vila de Palmas foi instalada. Ato realizado no consistório da Igreja Matriz, as 10:00h da manhã. O cidadão Firmino Teixeira Batista (Cel. Vivida), escolhido como Presidente da Câmara “Proclamou” que se achava inaugurada a Vila do Senhor Bom Jesus dos Campos de Palmas - Instalação do Município.

Em 16 de abril de 1880, a Lei nº 586 elevou Palmas a Termo Judiciário, mais tarde suprimidas e restauradas pela Lei nº 986 de 02 de novembro de 1889.

Em 06 de maio de 1883, foi inaugurada a 1ª Igreja Matriz, depois de concedida a autorização pelo Bispo de São Paulo, D. Lino Deodato Rodrigues Carvalho. A igreja foi benta pelo Pe. Achiles Saporiti, Vigário da Paróquia, na presença de todos os membros da Câmara Municipal.

Em 1885, é inaugurada a Linha Telegráfica que ligou Guarapuava a Palmas.
Em 09 de dezembro de 1933, foi criada a Prelazia de Palmas, ficando conhecida como “Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Campos de Palmas” pela Bula “Ad Machos Christifidelium Bonum” do Papa Pio XI.

Em 27 de março de 1943, chegada a Palmas do 2º Esquadrão Independente de Cavalaria, baluarte de defesa para o Município e fronteiras do Sul do Pais.
Em 14 de janeiro de 1958 foi criado o Bispado “Senhor Bom Jesus da Coluna dos Campos de Palmas” com sede em Palmas.

Em 1982, chegada a 15ª Cia de Engenharia de Combate que substituiu o 2º Esquadrão Independente de Cavalaria - E.I.C.

Em 01 de março de 1969, inicia-se as atividades do 3º Grau de Ensino em Palmas, com as Faculdades de Filosofia, Ciências e Letras de Palmas - FAFI, a qual somou-se em 1980 às Faculdades Reunidas de Administração, Ciências Contábeis e Ciências Econômicas de Palmas – FACEPAL, posteriormente, com a união destas, tornou-se FACIPAL, depois UNICS e hoje IFPR.

Quando da conquista e povoamento da Região de Palmas, os campos e florestas eram habitados pela tribo indígena Kaigangue, hoje confinada na Reserva Indígena “Fioravante Alves”, e que, a princípio hostilizou o elemento branco, unindo-se a este posteriormente, para em conjunto defender-se contra outros grupos indígenas e ate colaborando na conquista e defesa do território oeste, pretendido pelos Argentinos.

Historicamente, o povoamento dos “Campos de Palmas” que se expandiu ate “Campo Erê” fronteira com a Argentina entre os anos 1860 até 1895, foi de grande importância, porque o “uti possidetis” brasileiro - principal argumento que deu ganho de causa para o Brasil em 1895, quanto à “Questão de Palmas” (limites Brasil - Argentina), provinha, indubitavelmente, da expansão da frente pastoril iniciada pelos pioneiros dos Campos de Palmas a partir de 1839.

O elemento branco que conquistou e povoou Palmas nos primeiros tempos é de origem portuguesa. A seguir entram os negros escravos. Após 1880 entraram Alemães, Italianos, Poloneses, Espanhóis e Sírios - Libaneses, além da contínua entrada de portugueses.

Após 1950, é grande a entrada de elemento de origem Italiana e a partir de 1980 do elemento Japonês e de origem japonesa.

A fusão de todos esses elementos humanos, vem originando através dos tempos da História de Palmas, uma sociedade batalhadora, progressista e sobre tudo hospitaleira.
Em 1936 foi comemorado o Centenário do Povoamento dos Campos de Palmas e em 1979, o Centenário de Emancipação Político- Administrativo que incorporou a História de Palmas a História do Paraná e do Brasil.

(Documento elaborado pela professora universitária de História, Eloyna Ribas Rodrigues, filha e profunda conhecedora desta Terra, Palmas - PR.)