A produção de maçã de Palmas, que este ano deve chegar a 12 mil toneladas, ganhou destaque na edição nº 185 da revista Ideias, da Travessa dos Editores. "Em Palmas, no Sul do Paraná, a produção deste fruto representa a quarta fonte de economia, atrás apenas da batata, da soja e da pecuária", diz trecho da reportagem.

"A alta produtividade dos pomares tornou a cidade capital da maçã, entre os estados mais frios do país", diz trecho da reportagem. A matéria está distribuídas em quatro páginas da revista, que tem circulação estadual e nas principais cidades do país.

A reportagem destaca ainda a geração de empregos temporários com a colheita, classificação e transporte do fruto. A boa produtividade, afirmam os produotres, está diretamente ligada ao clima. A produção média diária, no período da colheita, é de 14 mil quilos.

A publicação também aborda as inúmeras receitas culinárias a partir da maçã e seus poderes medicinais. O prefeito Dr. Kosmos Nicolaou lembra do tempo da Expopalmas e as receitas que eram apresentadas no evento. "Tinha cada torta maravilhosa", ressaltou.

Leia a seguinte à íntegra da reportagem:

"O sabor saudável da maçã

A fruta, que se tornou símbolo das regiões mais frias do país, tem excelentes propriedades medicinais e receitas que dão água na boca

Ronildo Pimentel e Silvio Santos
Especial para a Revista Ideias
Fotos Josiani Almeida

Sabe aquele velho ditado de uma maçã por dia garante vida sadia? Ou mesmo aquele outro de ficar perto da maçã é ficar longe do médico? Eles não surgiram à toa, já que a fruta tem uma grande concentração de fibras e vitaminas aliadas importantes na prevenção de diversas doenças. Mas isto não é tudo, a árvore da macieira nos proporciona um festival de cores e sabores que enchem os olhos e dão água na boca.

Lembra do trecho daquela música de Raul Seixas? “(…) porque quem gosta de maçã, irá gostar de todas, porque todas são iguais (…)”. Não é bem assim. Sem querer desfazer a frase poética do poeta, relacionando a fruta ao doce da mulher, o fruto de que estamos falando é o da macieira e suas variedades. Existes dezenas e olha que não estamos nos referindo àquela do Paraíso de Adão e Eva, nem mesmo àquela envenenada por bruxas para adormecer donzelas.

A maçã é um símbolo das regiões mais frias e o que vamos abordar nesta reportagem é a produção que se tornou característica em algumas cidades. Em Palmas, no Sul do Paraná, a produção deste fruto representa a quarta fonte de economia, atrás apenas da batata, da soja e da pecuária. A alta produtividade dos pomares tornou a cidade capital da maçã, entre os estados mais frios do país.

E não é para menos: na colheita da safra 2017, a expectativa em Palmas é de aproximadamente 12 mil toneladas de fruto, considerado de alta qualidade. “O clima contribuiu bastante para este resultado”, afirmam otimistas os produtores. O município conta atualmente com 20 áreas produzindo, gerando aproximadamente 400 empregos diretos.

Os trabalhadores se dividem entre a colheita e a classificação da fruta, que tem como destino os mercados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e outras regiões do Brasil. No pomar do produtor Elmo Shimada, que ocupa uma área aproximada de 14 hectares, são cultivadas as tradicionais variedades Gala e Fuji e ainda alguns clones como a Galaxy e a Fuji Suprema.

A produção média diária, no período da colheita, é de 14 mil quilos. O responsável pelo pomar, Antonio Nereu Rosa, conta que este ano a produção está superando as expectativas, tendo em vista a previsão de 100 quilos de fruta por árvore. “Estou aqui desde 2008 e sempre tivemos boas colheitas, mas este ano estamos colhendo muito bem e esperamos que esta seja uma ótima safra para nós”, revelou.

CUIDADOS

De acordo com o agrônomo João Henrique de Souza Duarte, que presta serviço de consultoria técnica no pomar, a maçã requer alguns cuidados específicos, principalmente no período que antecede a colheita. “É preciso otimizar o processo visando a um melhor rendimento dos frutos. Este é um fator que vem proporcionando ao senhor Elmo (Shimada) uma produção relativamente boa”, disse.

O agrônomo acredita que o apoio do poder público será de extrema importância no auxílio aos produtores do município nesta e nas próximas safras. “Acreditamos que a nova administração terá uma abertura permitindo que Palmas caminhe lado a lado com quem gera renda e fontes como a batata, soja e pecuária, mas principalmente a maçã por ser uma referência”, concluiu.


O otimismo de João Henrique não é para menos. A gestão do prefeito de primeiro mandato, Dr. Kosmos Nicolaou, tem como prioridade apoiar os produtores e empreendimentos que resultam em emprego e renda à população de Palmas. “Os trabalhadores da nossa cidade estão em primeiro lugar”, afirma.

Dentro desta perspectiva, o Executivo busca resgatar iniciativas como dos colaboradores do Lareira, movimento que reúne chefs de cozinha, confeiteiros, entre outros, que participava da antiga Expopalmas, com suas receitas à base de maçã, que davam água na boca. “Tinha cada torta maravilhosa”, diz Dr. Kosmos, com ar de saudosismo.

O Lareira não parou as atividades e ainda mantém um acervo com receitas variadas que têm como matéria-prima a maçã e que foram apresentadas não só em Palmas, mas em eventos em cidades próximas, segundo o atual presidente, Paulo Tronco. O fruto lembra pratos que dão água na boca. O mais conhecido é a torta de maçã.

Mas existe uma infinidade de receitas, como bolo de maçã, bolo de maçã com castanhas e banana, torta de ricota com maçã, com creme, panqueca de maçã, rocambole, massa folhada com doce de leite… melhor parar por aqui.

Mas, voltando à vida real, ações como a do Sindicato Rural, que promoveu recentemente um curso sobre pratos com maçã, também são lembradas pelo poder público. Um grupo criado nas redes sociais terá atenção especial, garante o prefeito. Os envolvidos estão se organizando em um concurso para criar um prato típico para Palmas e a maçã se integra neste contexto. “A ideia é sensacional, criar uma identidade culinária, como já existe em várias cidades do Estado”, analisa o prefeito.

O núcleo, com apoio de vários setores da sociedade de Palmas, quer criar esta identidade. “Apoiamos esta iniciativa e estudamos a possibilidade de um selo. Os restaurantes que ofertarem os pratos típicos designados, terão a identificação em seus estabelecimentos”, ressalta Dr. Kosmos. “Queremos criar uma sinergia positiva no comércio gastronômico local”, completa.

MEDICINAL

A maçã, como citado no início da reportagem, não é apenas sabor, tem propriedades que contribuem para as pessoas ficarem longe do médico. Isto graças à grande concentração de fibras e vitaminas B, C e E, o que torna a fruta uma importante aliada na prevenção de doenças diversas. No “São Google”, não faltam exemplos e relatos do que aqui vem sendo tratado.

Entre os benefícios que o fruto da macieira pode trazer, está a ajuda no controle da glicemia, evitando o diabetes, mal cada vez mais comum nos dias sedentários de hoje. A fruta também ajuda no controle do colesterol, prevenção ao AVC (Acidente Vascular Cerebral), combate doenças respiratórias e estomacais, cárie dentária, câncer, envelhecimento e outras.

Origem da maçã

Já que o assunto é maçã, é importante conhecer um pouco sobre a origem dela. O fruto da macieira, planta proveniente da região do Cáucaso e da Ásia Central, chegou ao Brasil em meados da década de 1920, mais precisamente em São Paulo. Porém, muito antes do conhecimento da origem da planta, há relatos na internet de que na antiguidade os povos gregos e romanos já a cultivavam.

A produção de maçã no país possui maior demanda pelas variedades Gala e Fuji, as mais consumidas. A produção comercial – é a terceira fruta mais consumida por aqui – começou na década de 1960. A região que mais produz é o sul, com destaque para cidades paranaenses como Palmas, Campo do Tenente, Lapa e Porto Amazonas.

É inegável a importância de fatores climáticos no desenvolvimento da macieira e na produção de frutos. Sem frio, ocorre a paralisia do brotamento, afetando o desenvolvimento e o crescimento tanto da planta quanto do fruto e a aparência do fruto pode ficar achatada."