O Departamento de Ação Social da prefeitura de Palmas promoveu, em conjunto com a coordenação do PETI (Programa de Erradicação do Trabalho Infantil), uma festa de final de ano para aproximadamente 120 crianças e mães. Na quarta feira a festa foi dedicada aos menores, com entrega de presentes doados pela prefeitura e comércio da cidade, e na quinta, a comemoração foi feita com um café da manhã e apresentação de dança rítmica pelas meninas às mães.

Os menores do PETI tem idade entre 7 e 15 anos, e por meio do programa do Governo Federal, administrado pela prefeitura, eles fazem o contra turno escolar com várias atividades realizadas pelas oficinas de artesanato (bordados, tricô, crochê e pintura), informática, educação física, reforço escolar e violão.

A diretora do Departamento de Ação Social, Terezinha Faber disse que as crianças são filhos de famílias muito pobres e que, por esse motivo precisam do reforço sócio educacional proporcionado pelo programa. “Com isso, evitamos que elas fiquem pelas ruas em situação de risco e vulneráveis à exploração física”, observou a diretora.

De acordo com ela, a festa de Natal foi uma maneira encontrada para que eles pudessem alimentar seus sonhos e fortalecer a esperança. “Esse é um período onde procuramos dar às pessoas que mais precisam, um pouco solidariedade, porque o Natal é o símbolo do amor compartilhado e da esperança renovada. É isso que procuramos fazer o ano todo com as crianças, com os idosos e com todos aqueles que atendemos diariamente através de nossos programas sociais”, frisou Terezinha.

A coordenadora do PETI, Jandara Lofagem, adiantou que as atividades com as crianças vão continuar mesmo no período de férias. “Aqui temos menores vindos dos bairros do Lagoão, Eldorado, Hípica, Palmas I, Alto da Glória e Vila Operária, e por isso é necessário mantê-los com as atividades para evitar que fiquem vulneráveis pelas ruas”, salientou.

Ela explicou ainda que o programa envolve também as famílias dos menores, através de visitas acompanhadas por psicólogos e assistentes sociais. “Existem muitos problemas familiares que precisam de acompanhamento, pois se refletem diretamente no comportamento e na formação das crianças. Nosso trabalho visa resgatar as condições psicológicas e afetivas dele. Se desejamos uma sociedade sem violência, é fundamental cuidar da formação da estrutura familiar dessas crianças”, enfatizou Jandara.

RECUPERAÇÃO – Élia dos Santos Ribas, 46 anos, disse contou que foi a partir da ajuda da assistência social que sua vida mudou. Ela teve doze filhos, mas apenas sete sobreviveram. Já trabalhou em lavouras, foi cozinheira e doméstica. Porém um casamento errado a levou ao submundo do álcool e das drogas pesadas. “Eu comecei fazendo companhia ao meu marido e quando percebi, estava vivendo pelas sarjetas e locais abandonados. Tinha vergonha de voltar para casa naquelas condições. Não queria que meus filhos me vissem daquele jeito”.

Hoje Élia está recuperada mas tem a saúde debilitada com problemas de coração além da hipertensão. Faz tratamento, tem acompanhamento médico e medicamentos pelo Posto de Saúde.

A filha Marla, faz o contra turno escolar no PETI, e na cartinha que mandou ao Papai Noel, disse que gostaria de ganhar uma caixa de chocolate. Ganhou muito mais que isso e quase não agüentou carregar a caixa de presentes.

Élia disse que se sentia muito feliz porque momentos como este são muito raros. Ela escreveu de próprio punho um bilhete, mostrando seu sentimento de gratidão pelo Natal, que foi lido pela coordenadora do PETI. No bilhete Élia fala do nascimento humilde de Jesus e deseja feliz Natal a todas as mães e funcionárias do PETI.

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