O município de Palmas, que abrigou o primeiro parque eólico do Sul do Brasil, com apenas 2,5 MW e operando há 20 anos, acaba de receber a boa notícia de que a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aceitou toda a documentação apresentada pela empresa paranaense Enerbios, do Grupo Enercons, para a emissão da Outorga de Autorização de Geração para o Complexo Eólico Palmas II, que irá operar com 200 MW divididos em oito usinas.
O investimento previsto é de R$ 1,3 bilhão, somando 100 aero geradores de 2 MW cada um em torres que poderão ser executadas em concreto, em chapas metálicas ou ainda em treliças de aço, com alturas de 120 metros. Os projetos de engenharia ficaram a cargo da Enercons. Durante as obras devem ser contratados 500 trabalhadores. Após concluídas as construções, serão contratados 25 profissionais fixos, auxiliares, apoio administrativo, operação e manutenção. A construção da primeira etapa, com potência instalada de 6,6 MW, cuja energia já está vendida, deve começar em janeiro de 2019.
“Queremos aproveitar a excelente jazida de ventos de altitude na região de Palmas, instalando as torres mais altas já construídas no Brasil até agora”, afirma Ivo Pugnaloni, presidente da Enerbios e responsável técnico pelo projeto.
Paulo Yazbek, diretor da Innovent no Brasil, empresa alemã associada ao empreendimento, antecipa outra questão do projeto. “Outra inovação será a de utilizarmos em alguns parques, um tipo de torre construída com treliças, muito usadas na Europa, na China e na Índia, mas ainda desconhecidas no Brasil, para suportar os aero geradores, já que estas possuem igual resistência, mas sofrem muito menor tração lateral do vento”.
O executivo Ivan Gilioli, da Vento do Sul, empresa também associada ao empreendimento, de Abelardo Luz (SC), que cuidou da regularização fundiária quanto aos contratos de arrendamento das áreas, que superaram os 16 mil hectares, relata que “para reduzir custos e poder contar com qualidade, nossa intenção é contratar parte dos serviços e produtos na região de Palmas, pois esta já se notabiliza em todo o Brasil como uma região fornecedora de serviços especializados no setor eólico. Encontramos vários cidadãos e empresas da cidade trabalhando na Bahia, no Rio Grande do Norte, onde a Copel já possui vários parques”.
Audiência pública informou à comnnidade sobre o projeto
Em abril de 2018, o empreendimento eólico já teve seus documentos ambientais submetidos a uma Audiência Pública promovida pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), para a apresentação dos Estudos de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental (IAP), com a presença de mais de 200 pessoas.
Conforme nota da empresa Enercons, “a audiência pública resultou francamente positiva, sem qualquer objeção relevante, tendo colhido opiniões da comunidade sobre os estudos ambientais, elaborados pela Cia. Ambiental, também uma empresa paranaense”. Para Pedro Fuentes Dias, diretor da Cia. Ambiental, os estudos foram elaborados dentro das normas mais avançadas não só do Brasil, mas dos países mais avançados nesse tipo de energia. “Nenhum detalhe foi esquecido, mas nas audiências sempre coletamos da comunidade, muitas contribuições efetivas e importantes”, comenta.
“Agora falta apenas o parecer do IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que deverá manifestar-se sobre os excelentes estudos de arqueologia que apresentamos àquele órgão em julho último, pois isso, além de exigido por lei, é de vital importância para nós, como contribuição dos empreendedores para conhecer e registrar melhor os caminhos da vida humana nos campos naturais de Palmas e região para as futuras gerações de brasileiros.”, relata Ivo Pugnaloni.
Início das obras
A construção do empreendimento começará já em fevereiro de 2019, com a instalação de três torres que comporão a primeira fase de implantação do empreendimento. “A energia desse primeiro Parque Eólico, denominado “Tradição Piloto”, com 6,6 MW, já está vendida e servirá para consolidarmos uma inovação tecnológica com o uso provável de torres treliçadas, além de acurarmos os custos reais e o fator de capacidade que será obtido com a nova altura dos aero geradores. Para incorporar-se a este empreendimento, que é um dos maiores projetos do Paraná hoje em dia em termos de volume financeiro, permanecemos abertos a novos investidores nacionais e estrangeiros, bem como de empresas interessadas na aquisição de energia renovável e muito mais barata do que no mercado regulado cativo.”, destacou Pugnaloni, presidente do Grupo Enercons.
Fonte Assessoria Enercons