A Vigilância em Saúde emitiu um alerta nesta sexta-feira (24), sobre o assédio moral no ambiente de trablho em Palmas, no Sudoeste do Paraná. Este tipo de prática é um fenômeno tão antigo quanto o próprio trabalho, caracterizado por condutas abusivas que visam humilhar e diminuir o indivíduo ou um grupo, tornando o ambiente degradável.
O assunto vem sendo discutido com maior ênfase desde o início dos anos 2000, lembra a chefe da Divisão do Departamento de Saúde, Karine Tobera. Este trabalho é uma revisão bibliográfica que pretende elucidar as características do assédio moral; suas consequências para as vítimas, organização e sociedade e apresentar possibilidades de atuação e intervenção do psicólogo no que diz respeito à prevenção ou diante de casos de assédio moral já instaurados, objetivando a promoção da saúde mental do trabalhador.
“As consequências trazidas pelas ocorrências de assédio moral não afetam somente o trabalhador, como também as organizações e sociedade de modo geral”, diz a enfermeira Susana Amadori. Os problemas mais citados são: problemas conjugais, intolerância aos problemas familiares, aumento de custos com saúde, entre outros.
Além destes, o trabalhador vítima do assédio pode também desenvolver doenças como depressão, podendo levar o indivíduo à tentativa de suicídio, ressalta Karine Tobera.
“O ofensor sempre busca uma alternativa agressiva para suas atitudes e busca acentuar um conflito, com espírito beligerante ímpar. Por isso, pode ser classificado em instigador”, explica o técnico de Segurança do Trabalho, Valdir Kurceazki. Que completa: "Temos o caso do perverso clássico, que aterroriza gratuitamente a vitima, sempre planejando novas estratégias de terror".
Características
1 - Ocorre na situação de trabalho
2 - Há uma degradação deliberada das condições de trabalho
3 - Envolve repetição no tempo
4 - Normalmente envolve poder (condutas abusivas de chefes em relação aos subordinados)
5 - Há a utilização de gestos vexatórios e humilhantes.
Provas técnicas para possíveis demandas judiciais
São obtidas por meio de documentos (atas de reuniões, fichas de acompanhamento de desempenho etc) e de testemunhas idôneas.
Recomendações à vítima
1 - Anotar, com detalhes, as humilhações sofridas: dia, mês e ano da ocorrência, nome do agressor e dos colegas que as presenciaram, conteúdo da conversa, etc
2 - Dar Visibilidade ao fato, procurando ajuda dos colegas
3 - Apoio é fundamental dentro e fora da empresa
4 - Verificar se existe ouvidoria na empresa e notificar
5 - Procurar o órgão de classe e solicitar orientação
6 - Evitar conversar com o agressor sem testemunhas