A primeira Conferência de Promoção da Igualdade Racial definiu os membros do grupo de trabalho que será responsável pela criação do Conselho da Igualdade Racial de Palmas, no Sudoeste do Paraná. A reunião, no Plenário da Câmara de Vereadores, contou com participação de lideranças dos movimentos sociais, das comunidades quilombolas e representantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.


Palmas é a primeira cidade do Sudoeste do Paraná e completou, em 14 de abril deste ano, 138 anos de emancipação. Os afro-descendentes estão presentes desde o início da colonização da região. Atualmente, o município abriga três comunidades quilombolas - Adelaide Maria Trindade Batista, Castorina Maria da Conceição e Tobias Ferreira.


A conferência convocada pelo prefeito Dr. Kosmos Nicolaou e organizada pelo Departamento de Planejamento. O grupo de trabalho formado nesta quinta, vai definir o estatuto e a composição do futuro Conselho Municipal da Igualdade Racial, colegiado que vai atuar na formulação de propostas de ações, programas, projetos e políticas públicas de igualdade racial.


Ainda na Conferência desta quinta, o grupo elegeu os delegados que irão participar da IV Conferência Estadual de Promoção da Igualdade Racial. Os escolhidos levarão as diretrizes de Palmas para discussão na capital, garantindo maior visibilidade a realidade local no âmbito estadual.


Panorama
O titular da 2ª Promotoria de Palmas, André Luiz Araújo, abriu as explanações da Conferência falando sobre a importância da participação cívica como ferramenta de garantia de direitos. Na sequência falou o líder quilombola Alcione Ferreira da Silva, presidente da Federação das Comunidades Quilombolas do Paranám, que pontuou a luta do movimento quilombola no Paraná.


A professora do Instituto Federal do Paraná (IFPR Campus Palmas), Maria Isabel, esclareceu sobre o significado da década afrodescendente da Organização das Nações Unidas (ONU), de 2015 a 2014. O mediador do debate, o diretor de Planejamento, Aloisio Nascimento, fez uma abordagem sobre a luta dos afro-descendentes para ter seu reconhecimento junto à sociedade brasileria.


Histórico
A identidade de um quilombo não se define pelo tamanho e número de seus membros, mas pelas experiências vividas e compartilhadas de sua trajetória enquanto grupo. A definição Quilombola é resultado da luta dos descendentes de escravos negros cujos antepassados no período da escravidão fugiram dos engenhos de cana-de-açúcar, fazendas e pequenas propriedades onde executavam diversos trabalhos braçais para formar pequenos vilarejos chamados de quilombos.


A comunidade Adelaide Maria Trindade Batista, no bairro São Sebastião, leva o nome da matriarca fundadora e sua primeira líder vinda do Rio Grande do Sul com as primeiras expedições que chegaram e se instalaram na região. Atualmente a liderança da comunidade é de Maria Arlete Ferreira da Silva.


A comunidade Castorina Maria da Conceição Essa, que já foi chamada de Fortunato, recebeu o nome atual em homenagem à matriarca fundadora Castorina Maria da Conceição. Por fim, a comunidade Tobias Ferreira, noairro Lagoão, levou o nome do primeiro escravo da fazenda Pitanga.


As três comunidades quilombolas de Palmas são certificadas pela Fundação Palmares, totalizando 420 (quatrocentas e vinte) famílias. Todas formavam uma só, mas acabaram divididas pelos núcleos familiares.