Os profissionais de saúde de Palmas participam, nesta quinta-feira (05), do encontro do Comitê de Investigação de Transmissão Vertical do HIV, Sífilis e Hepatites B e C, no IFPR (Campus Palmas). A capacitação reúne todos os enfermeiros e médicos que atuam no sistema público de saúde.
A intenção é melhorar o atendimento aos usuários do SUS (Sistema Único de Saúde). A iniciativa tem a intenção de investigar os casos de transmissão vertical desses vírus. O treinamento vai subsidiar intervenções com foco na redução destes agravantes problemas de saúde pública.
A medida é uma exigência do Ministério da Saúde em nível nacional para estados e municípios. Os comitês são organismos que visam analisar eventos relacionados a agravos evitáveis e apontar medidas de intervenção para sua redução na região de abrangência.
Os grupos tem atuação técnica, sigilosa, não-coercitiva ou punitiva, com função educativa, sendo um importante instrumento de acompanhamento e avaliação permanente das políticas de atenção à saúde.
De acordo com a chefe de Vigilância em Saúde, Karine Tobera, o número de contaminados em Palmas é alarmante . "É necessário alertar a população para se conscientizar que, na hora da prática sexual, precisa se protejer, pois uma vez que contaminados, as marcas ficam para sempre", disse.
Contágios de 2017
A preocupação de Karine Tobera é confirmada com os dados do setor de saúde. Abaixo os casos de contágios registrados em 2017 (apenas os confirmados):
HIV - 4 casos
Sífilis congenita - 19 casos
Sífilis adquirida - 61 casos
Sífilis gestantes - 37 casos
Transmissão Vertical
A transmissão vertical do HIV será considerada eliminada quando atingir uma taxa de 2 crianças HIV+ para cada 100 mães soropositivas. Diante disso, o Ministério da Saúde, no âmbito das ações de Rede Cegonha, promove a ampliação da detecção precoce e tratamento do HIV e da Sífilis em gestantes, para que essas metas sejam atingidas.
Uma das ações estipuladas pela Rede Cegonha é a implantação dos testes rápidos de HIV e de sífilis, no âmbito da Atenção Básica, com responsabilidade dos três níveis de gestão do SUS.
Portanto, a ampliação do acesso e da melhoria da qualidade do pré-natal, na Atenção Básica, se apoia na oferta e na execução dos testes rápidos de HIV e sífilis, promovendo um diagnóstico precoce dos agravos nas gestantes e um início oportuno das ações de prevenção, com vistas na redução das taxas de transmissão vertical do HIV e eliminação da sífilis congênita, resultando na redução de óbitos maternos e infantis evitáveis.
Hepatites
A transmissão vertical da hepatite B para crianças filhas de gestantes HbeAg-reagente (é o segundo marcador da doença , indica alto grau de replicação viral) ocorre em 70% a 90% dos casos. Estima-se que o risco de desenvolvimento do câncer de fígado nas crianças detectadas por transmissão vertical pelo vírus da doença, seja cerca de 200 vezes maior que o da população em geral, ressaltando a importância do diagnóstico durante o pré-natal.
A transmissão do vírus da hepatite C ocorre em cerca de 5% a 6% das crianças nascidas de gestantes portadoras de HCV (nome do vírus transmissor da hepatite tipo C), essencialmente aquelas com alta carga viral do vírus no momento do parto. Atualmente, devido à indisponibilidade de medidas profiláticas e terapêuticas que evitam a transmissão vertical do HCV durante a gestação, a prevenção deve ser realizada através do tratamento prévio de mulheres em idade fértil, portadoras de HCV, associado ao planejamento reprodutivo
HIV
HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids, ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.
Infecção aguda da Aids: sintomas de infecção viral como febre, afecções dos gânglios linfáticos, faringite, dores musculares e nas articulações; ínguas e manchas na pele que desaparecem após alguns dias; feridas na área da boca, esôfago e órgãos genitais; falta de apetite; estado de prostração; dores de cabeça; sensibilidade à luz; perda de peso; náuseas e vômitos.